quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

A Fuga ( Número 7)


Minha maior razão naquele dia, sendo que nem mais esperava.
A vida já entregue, o desapego ao corpo era preciso e necessário.
E nem adiantava gritar. Grades nas janelas, nas portas, grades e mais grades.
Muro de um Castelo....Minha casa, minha prisão...Fui enclausurada, nem ao Sol podia contemplar.
A cada olhar para a janela, inexplicável violência. Nem sabia  e nem entendia o que deveria confessar.
Fortes pauladas, rosto transfigurado, corpo todo preto, todo inchado, lábios deformados, cabelos arrancados, corpo arrastado pelo chão, quarto trancado, nem para as necessidades biológicas podia sair.
Tinha que ser por ali mesmo....Horror, terror, pesadelo....Ai, que cheiro, meu corpo enquanto corpo...
Preso, amarrado, boca amordaçada, queimada de cigarro, sufocada com plástico. Pauladas e pauladas, nem sei quantas foram, nem um grito, abafados gemidos e tremores, nem um grito, nunca um grito.
Silenciosa, também não confessei , não menti diante da morte, não pedi que parassem, só era a dor interior de sentir
que meu corpo não resistiria há mais 30 dias....
Então a oração naquela semana do dia 07/02/2010.
Já na madrugada, quando não havia mais nenhuma esperança e a morte olhava para mim, disposta a me levar. Um consolo, de que ali eu morreria e meu corpo nunca seria encontrado. A meus familiares o apelo de conforto dos anjos. E meus amigos que se lembrassem da menina vibrante e alegre que eu sempre fora.
O  DESAPEGO, a minha grande sorte....A minha grande libertação...E naquela madrugada lá estava eu, de fora e no meu carro....LIVRE...LIVRE...LIVRE...LIVRE...LIVRE..LIVRE...LIVRE..LIVRE


19/11/2012
12:58

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È aconchego

 Chegou o Amor, e como é intenso seus eflúvios, são serenos, suaves são suas nuances, é leve, é seguro, seu abraço não é laço, é aconchego!